23 de mai. de 2008

Mudanças ousadas para o trânsito caxiense

Recentemente aconteceu o Seminário Municipal de Transporte Coletivo Urbano, promovido pela União das Associações de Bairros de Caxias do Sul. O sistema foi debatido e avaliado por inúmeros profissionais de planejamento urbano, como também por vereadores, secretários municipais e principalmente pelos comunitaristas. Participamos dos debates e sugerimos que a integração total do sistema de transporte coletivo de Caxias do Sul, prevista para 2014, seja antecipada. Sabemos que é uma fase de transição de um modelo para outro de transporte na cidade, mas entendemos que o poder público deveria tentar diminuir o prazo, pois a demora é um dilema para a população.
Sugerimos uma série de mudanças para o trânsito caxiense, pois inúmeros são os gargalos causados pela excessiva quantidade de veículos. Nesse sentido algumas medidas urgentes precisam ser tomadas. Essas medidas não são de caráter essencialmente técnico, mas de vontade política. A discussão já foi feita na Comissão de Transporte da Câmara e através dos pronunciamentos na tribuna legislativa.
Entendemos que é mais do que urgente a criação da terceira pista tanto na Sinimbu como na Pinheiro Machado, com a conseqüente retirada do estacionamento em toda a extensão dessas vias, e a proibição de algumas conversões à direita que prejudicam as pistas exclusivas do transporte de passageiros – da Sinimbu para a Dr. Montaury; da Pinheiro Machado para a Visconde de Pelotas e outras mais -, que precisam ser priorizadas. Essa medida vai propiciar a absorção do trânsito mais intenso e é uma reivindicação dos transportadores, além de inúmeros usuários. Obviamente é extremamente urgente facilitar e privilegiar o transporte coletivo, que está excessivamente truncado nos dias de hoje.
Para retirar mais veículos do centro da cidade, principalmente da Sinimbu, estamos propondo ações mais ousadas, como a transformação da Tronca em via rápida, de mão dupla, com divisor central e com a retirada do estacionamento dos dois lados da rua. A Tronca absorveria todo o trânsito da região do Rio Branco que hoje vem se utilizando da Sinimbu.
A nossa expectativa é que todos compreendam que a decisão é importante e que fatalmente, se não for tomada agora, os problemas irão se perpetuar e forçar medidas futuras mais traumáticas para a administração pública.

21 de mar. de 2008

PISTA DE EVENTOS

Por Idair Moschen - Ex-Vereador de Caxias do Sul
Recentemente tivemos mais uma demonstração da urgente necessidade de se construir a PISTA MUNICIPAL DE EVENTOS. Grande polêmica se estabeleceu nos meses que antecederam a realização da última Festa da Uva, mas apenas se ouviram palavras vazias e fúteis relacionadas ao assunto. Parecia que apenas se utilizaria a polêmica para promover a Festa, e não para manter em pauta a discussão da necessidade de se construir a tal pista de eventos.
A pergunta mais importante que queremos fazer é: Caxias do Sul comporta uma pista de eventos? A resposta é, com toda a convicção e certeza: SIM! Pois basta olharmos para o número de eventos que realizamos atualmente na Sinimbu para termos essa certeza: DESFILES DE CARROS ALEGÓRICOS DA FESTA DA UVA, SEMANA DA PÁTRIA, SEMANA FARROUPILHA, CARNAVAL e outras aglomerações que ocorrem que poderiam ser realizadas na pista de eventos e não o são, pois não tivemos a coragem de construí-la até o presente.
O trânsito de Caxias do Sul já não comporta mais tantas confusões que são criadas e a incapacidade de se gerenciar tais confusões por parte dos responsáveis. Tudo acontece diante de olhares perplexos de cidadãos e com olhares apáticos, inertes, prostrados da fiscalização de trânsito e das autoridades que o gerenciam. Nada é integrado e, apesar das tentativas de solucionar, nada dá resultado. O caos no trânsito impera nos dias em que os eventos predominam.
Registro que esse assunto é preocupação antiga na Câmara Municipal. No ano de 2006, o vereador Edio Elói Frizzo protocolou o Projeto de Lei nº 27/2006, instituindo a Pista Municipal de Eventos de Caxias do Sul. A sugestão era que se construísse uma pista na Avenida Ruben Bento Alves entre a Rua Moreira César e a Rua Ludovico Cavinatto. Hoje, temos outras alternativas que podem ser avaliadas.
A solução não pode ser mágica. É preciso planejar, integrar eventos e construir com visão de futuro o que a nossa cidade vai precisar em 2020. E se isso não acontecer...? Então o caos vai perdurar de forma acentuada ano após ano. Não podemos aceitar aquelas afirmações de que o “tal caos” faz parte do clima dos eventos. É a afirmação mais fácil e irresponsável dos que não querem entender que Caxias do Sul é uma metrópole e que deixam transparecer a sua incapacidade e os seus pensamentos retrógrados de provincianos que já não mais conseguem inovar.
Quando afirmo que é preciso integrar necessidades, chamo o testemunho do que já é fato em outros locais do país nos quais a estrutura das pistas de eventos estão integradas com escolas, galerias, salões de exposição, centros comunitários, salas de cinema, escolas de teatro, centros coletivos de tradições, postos de saúde, restaurantes comunitários, oficinas de artes e de preparação de carros alegóricos e de tantos outros espaços integrados que poderíamos apontar.
O que você pensa sobre isso? Será que daqui a 20 anos os eventos ainda acontecerão na Sinimbu?

7 de mar. de 2008

A QUEDA DE QUALIDADE DOS SERVIÇOS DE CORREIO EM CAXIAS

Quem de nós não ouviu dizer que os Correios (EBCT) eram uma das poucas instituições estatais com alto grau de respeitabilidade e credibilidade em nosso país e que uma carta, fosse de barco, de bicicleta, de avião, etc., jamais deixaria de ser entregue, se as informações fossem suficientes?
Em nossa cidade já não podemos fazer tal afirmação, dada a permanente queda de qualidade dos serviços prestados, seja pelos constantes movimentos de paralisação, que têm origem nos baixos salários pagos aos carteiros, seja pelo acúmulo de trabalho, em razão da falta de nomeação de novos carteiros.
Milhares de correspondências são postadas diariamente em nossa cidade sem que o alto crescimento e desenvolvimento da cidade, com taxas de mais de 10% em 2007, tenha de parte dos Correios o devido acompanhamento, do ponto de vista da ampliação dos serviços e do seu quadro de pessoal.
A liberação de recursos humanos para Caxias do Sul para a distribuição de correspondências segue de fato qual orientação estratégica? A afirmação dos gestores da EBCT em audiência pública realizada em 24 de setembro de 2007 era que suas ações dependiam da administração centralizada em Brasília. Nessa mesma época a Coordenação de Atividades Externas da EBCT, em documento encaminhado à Câmara Municipal de Vereadores reconhece que: “Não estamos atendendo a população de Caxias do Sul nos bairros São Lucas, Vila Brasil, Villágio Iguatemi, Oriental, Santa Carolina, Millenium, Colina do Sol, Vinhedos II, De Zorzi, Castelo, Iracema, Serrano, Altos Santiago, Santa Marta, Fiorina Millani, Caravaggio, Santos Dumont II, Parque das Rosas, Boa Ventura, Pedancino, Santo André, Brandalise, Treviso, Vitória, Paiquerê, Vila Lobos, Solar Mazotti, Santa Clara, Monte Carmelo, Assis Mariani, Dionísio Adami, Cavinatto, Adamati, São Luis e Portinari”. Sabemos de outros que também não estão sendo atendidos. Podemos imaginar a quantidade de recursos financeiros desperdiçados e não cumprindo com seu objetivo? O cidadão despacha suas correspondências acreditando que elas chegarão ao destino e, sem mais nem menos, recebe-as de volta.
Mas a rua existe, tem CEP, é oficial, diz o desesperado cidadão! A malfadada resposta do carteiro registra: “FORA DO PERÍMETRO” ou outra desculpa qualquer para não efetuar a entrega. O selo, no meu entendimento, representa uma contratação de serviços que aqui poderíamos discutir e avaliar, e, se não executado a contento, representa uma quebra de contrato.
Os neoliberais e as viúvas de FHC já estão por aí a defender a privatização dos Correios, de olho em altos lucros, à custa da cidadania. Não defendo tal postura, pois acredito na gestão pública competente. Ainda acredito piamente que as coisas públicas podem e devem funcionar com agilidade e qualidade.
Portanto é hora de cobrar das autoridades responsáveis a imediata contratação de mais carteiros e melhor qualidade nos serviços. Botar a culpa na prefeitura, na eventual falta de identificação de uma rua, etc., é desculpa à incompetência da atual direção dos Correios em nosso Estado. Vamos para cima deles que a coisa melhora: 08005700100 ou gevar-rs@correios.com.br
Todos podem
ajudar nesta nossa luta para garantir um serviço de acordo com a necessidade de nossa população. Escreva! Proteste! Mande sua carta a eles, que essa, por certo, deverá chegar ao seu destino. Vamos agir?

29 de fev. de 2008

SISTEMA MARRECAS - UMA DECISÃO CORRETA

Quando se fala em abastecimento de água, não podemos esquecer da importância desse líquido para as nossas vidas, que só é valorizado quando faz falta no nosso dia a dia. Não procurando, e não querendo ficar distante das discussões e polêmicas que por certo envolvem os estudos da nova barragem do arroio Marrecas, quero estampar, em poucas linhas, o meu sentimento quanto ao assunto e registrar a importância do novo sistema a ser construído em nossa cidade. Considero-me, modéstia à parte, habilitado para participar, sem ser o dono da verdade, dessa importante discussão que dialoga de forma direta com o futuro de Caxias, com seu desenvolvimento sustentado tendo por norte, sempre, o equilíbrio necessário entre as variantes ambientais, sociais e econômicas.
A mãe natureza nos presenteou com exuberância de recursos hídricos e apesar de estarmos em uma região serrana, em cima de morros, sem possuirmos rios caudalosos – poderíamos não ter tanto água –, assim mesmo podemos encontrar inúmeras possibilidades de represamento e captação, tais com Marrecas, Piaí, Sepultura, Mulada, São Marcos e Lajeado Grande, além das já exploradas (Dal Bó, Maestra, Galópolis, Samuara e Faxinal).
Quero chamar a atenção de todos para a importância do Sistema Marrecas e do momento certo para viabilizá-lo, em que pese seu alto custo de implantação, em razão especialmente do provável alto preço das indenizações aos proprietários das terras que serão atingidas, e, por certo, os problemas decorrentes dessa acertada decisão técnica e política da atual administração, de modo particular da direção do SAMAE.
Seria bem menos custoso, e possivelmente mais tranqüilo, se a opção do SAMAE fosse, por exemplo, construir a futura represa junto ao arroio Piaí. Mas, como abrir mão de um sistema de represamento de águas que, comparativamente, representa um novo Faxinal, podendo, a curto prazo, abastecer nossa cidade com mais 900 litros de água por segundo? Hoje, Caxias consome aproximadamente 1.500 litros de água tratada por segundo.
Devemos aprender com os erros do passado. Ao permitir o crescimento desordenado da cidade, sem planejamento e fiscalização, fomos obrigados a abrir mão recentemente de importante recurso hídrico, representado pelo arroio Moschen, dado a sua total inviabilidade de exploração, em razão de já estar praticamente 100% impactado, com a presença de loteamentos irregulares, residências e indústrias que inviabilizam o seu aproveitamento para abastecimento de água. Deixar a construção do Marrecas para depois, tenho certeza, inviabilizará seu aproveitamento, dada a forte pressão imobiliária já existente na região de Vila Seca, reproduzindo-se situações por nós já conhecidas, como a ocupação do Serrano e da região do Moschen. A cidade pagaría um alto preço posterior para regularizar essas área, se ocupadas de forma irregular.
Portanto, como registrei acima, não querendo polemizar, mas já polemizando, defendo a importância da escolha do Sistema Marrecas como futuro manancial de água a ser explorado, com respeito à belíssima natureza lá existente, mitigando seu impacto ambiental, mas tendo o interesse público como principal definidor das políticas públicas.
Mas, e a crítica, os posicionamentos contrários ao Sistema Marrecas? Sim, eles precisam e devem ser respeitados. Cada uma de suas manifestações precisam ser avaliadas, respondidas e até atendidas. Entendemos que servem para aprimorar ainda mais os projetos públicos, sempre com o olhar voltado para a preservação natural e a defesa da vida. Uma boa água a todos. Saúde.

22 de fev. de 2008

TREM REGIONAL

Caxias do Sul, em junho de 1910, é elevada à categoria de cidade através do Decreto nº 1.607. Nesse mesmo mês tem seu terminal ferroviário inaugurado. Finalmente estávamos ligados à capital do Estado pelos trilhos. A população de 54 mil habitantes vibrava com a modernidade. Muitos copos de vinho foram tomados nos armazéns e bodegas brindando a tão esperada obra. No ano de 1976 o terminal ferroviário de Caxias do Sul foi desativado, e o trem deixou de ser visto ou, se era visto, era visão rara.
Em 2006 o IBGE apontou 415 mil habitantes em Caxias do Sul. Particularmente, acho que milhares ficaram fora dessa conta, mas agora isso não vem ao caso.
Queremos, neste ano, discutir amiúde o trem regional para a serra gaúcha. Está mais do que na hora de começarmos a delinear o que realmente queremos fazer com o patrimônio que antes era da Rede Ferroviária Federal e que está passando para os municípios. Não podemos perder o foco da discussão e transformar problemas herdados em assuntos individuais de cada município, pois nenhum poderá ter uma estrada de ferro só para si. Pensar de forma individualizada é perder a possibilidade de transformar o que surgiu no início da colonização em uma alternativa contemporânea de transporte para diversos fins: turismo, deslocamento de mão-de-obra, transporte de cargas. Existe a consciência de que está arraigado em nosso cotidiano o transporte rodoviário. Mas nem por isso podemos nos desobrigar de discutir de forma responsável o que o desenvolvimento, de longa data, nos deu - os trilhos. Na Serra se discute a construção da via expressa regional, do aeroporto regional e de tantas obras importantes para a Aglomeração Urbana do Nordeste do Rio Grande do Sul. Seria um disparate não discutir o trem regional da serra gaúcha. A Rota do Sol já foi preocupação regional. Está pronta. Serviu para aglutinar as diversas cidades da Serra em busca de sua conclusão. Portanto, esquecer não podemos que são apenas 14 regiões do país que terão a possibilidade de ter investimentos federais para a reativação das vias férreas. Somos privilegiados, pois herdamos uma estrutura antiga, sim, mas herdamos para que nossa criatividade possa produzir frutos não apenas para alguns, mas para todos os municípios envolvidos: Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Farroupilha, Flores da Cunha, Garibaldi, Monte Belo do Sul, Nova Pádua, Santa Tereza e São Marcos. São quase 800 mil habitantes que, de forma desejosa, aguardam por respostas corajosas de seus representantes. De maneira alguma desejo ser demagógico ou instigador de ações inatingíveis, pois estou convicto de que está mais do que na hora de concretizarmos o que há muito se fala sobre o esperado trem regional. Temos a possibilidade de ver nossos sonhos concretizados... Querer é poder!

25 de jan. de 2008

PARCELAMENTO E USO DO SOLO URBANO, UMA NOVA LEI PARA UM NOVO TEMPO

Por Edio Elói Frizzo
Quase trinta anos se passaram antes que surgisse nova legislação para o parcelamento do solo de Caxias do Sul. Portanto, quando se falar, principalmente, na Lei nº 3.300, de 29 de novembro de 1988, precisa-se saber que ela não mais existe. Ela foi revogada juntamente com outras oito leis e, em seu lugar, começa a produzir seus efeitos a Lei nº 6.810, de 20 de dezembro de 2007, recentemente aprovada. Ainda é novidade e, apesar de a mídia não ter dado a repercussão que deveria, pela importância do assunto, temos ciência da preocupação dos empreendedores pela procura de informações a respeito da mesma, pois disciplina o parcelamento do solo para fins urbanos, incorporando ao seu texto importantes modificações, especialmente nos aspectos urbanísticos e de conteúdo econômico. É óbvio que a nova legislação vem intimamente ligada à Lei Complementar nº 290, de 24 de setembro de 2007, que instituiu e modernizou o Plano Diretor do Município de Caxias do Sul. O que falar dessa nova legislação? Muitas discussões foram feitas, inclusive acaloradas, mas que produziram e produzirão resultados práticos e importantes para a modernização das normas e procedimentos que a municipalidade tem a responsabilidade de aplicar.
Tudo foi feito “a quatro mãos”, como se costuma falar, e com muita responsabilidade, adequando a nova lei as já consensuadas modificações em tramitação no Congresso Nacional através do Projeto de Lei 3.057/2000, que altera Lei 6.766/79, que trata do tema parcelamento e uso do solo a nível federal. O Estatuto das Cidades foi nosso livro de cabeceira durante muito tempo. Executivo e Legislativo caxienses estão de parabéns. O povo está de parabéns pelo novo instrumento moderno, que, precisamos reconhecer, ainda pode e deve ser modernizado, pois estamos em permanente transformação.
Novos conceitos e novas abrangências foram criadas apontando para todas as direções: zona urbana; zona de expansão urbana; zona rural; medidas de regularização fundiária de interesse social; medidas de regularização fundiária de interesse específico; cooperativas habitacionais; categorias de acordo com o uso; fracionamento ou desdobro; condomínios urbanísticos; parcelamento integrado à edificação; chácaras e sítios de lazer de baixa densidade, entre outras.
Outra grande preocupação dos interessados foi o tamanho dos lotes que terão que ter testada mínima de 10 metros em qualquer uma das zonas. Poderão ter área menor de 300 metros quadrados, não inferior a 200 metros quadrados, somente para parcelamento de interesse social.
O assunto mais esperado e mais consultado foi, sem dúvida, relativo aos condomínios urbanísticos, por unidade autônoma e/ou integrado a edificação, que deverão contemplar o percentual mínimo de 20% da área do empreendimento para uso comum dos condôminos, dos quais, no mínimo, 50% serão destinados ao lazer e à recreação e, no mínimo, 25% desse percentual, serão destinados a reflorestamento e/ou manutenção de mata nativa. Quanto à reserva de 15% da área loteada ou desmembrada para qualquer finalidade, a novidade é que, quando as áreas forem menores do que 10 mil metros quadrados, os proprietários ficam dispensados da doação de 15% da área para uso público.Assim, como muitas outras previsões interessantes, a Lei nº 6.810 precisa ser devidamente estudada e compreendida por todos, pois os assuntos listados acima são uma pequena parcela dos assuntos regrados.
Por fim, cabe registrar que o Poder Público chama a iniciativa privada para a parceria e permitirá que a mesma atue no desenvolvimento e realização de parcelamentos de interesse social. Sem dúvida, a lei traz muitos avanços!

11 de jan. de 2008

ATENDIMENTO PREFERENCIAL E URGÊNCIA AMEAÇADA

By Idair Moschen (Ex-Vereador)
Estive no INSS da Visconde de Pelotas buscando informações sobre a minha situação previdenciária. Quando solicitei a senha de atendimento, logo foram informando que não demoraria mais do que 20 minutos, pois só havia oito pessoas na minha frente. Tranqüilo, fui sentar-me no local de espera, em frente às mesas de atendimento, observando todos os que chegavam. Como sou um aficionado pelos sistemas de atendimento, senhas, técnicas de atendimento rápido e eficaz, fiquei observando as pessoas que chegavam. Sempre de olho no painel, procurava entender as prioridades. Observei que, seguidamente, o painel registrava "ATENDIMENTO PREFERENCIAL". Sou extremamente favorável ao atendimento preferencial para idosos, portadores de deficiência física, senhoras grávidas, senhoras com crianças pequenas no colo. Mas tudo tem limite... Tudo é aceitável até o momento em que se percebe que existe abuso e negligência por parte dos atendentes e de alguns segurados. Acredite se quiser, mas lá no INSS da Visconde de Pelotas as crianças de colo são usadas como pretexto para as pessoas terem preferência no atendimento. Qualquer pessoa, mesmo que acompanhada por uma vizinha com bebê no colo, absurdamente tem a preferência. Sempre pensei que as crianças deveriam ser protegidas, em suas casas. Quando vejo que são exploradas, de braço em braço, tomando sol, muitas vezes sem água, suadas, em filas, apenas para o conforto de terceiros, fico aborrecido. Afirmo, portanto, que a preferência nem sempre é preferência, principalmente quando se usam crianças - que deveriam estar em casa - para receber atendimento mais rápido, em detrimento dos demais. Deixo a pergunta no ar: será que não tem ninguém no INSS de Caxias do Sul para coibir abusos ou verificar se o atendimento pode ser melhorado?

Um dos assuntos que dá dor no peito e na alma é o atendimento da RGE. Os atendentes pelo sistema de telefonia - call center - levam qualquer um à loucura... E quando o usuário, por qualquer motivo, precisa ser atendido... Salve-se quem puder! Partem sempre do princípio de que o usuário não tem razão. Se existe problema, o problema é do consumidor.
Certo dia, liguei para lá - para a RGE - e pedi atendimento de urgência, pois a pessoa que morava em determinado apartamento havia esquecido de pagar a conta de energia. Isso oconteceu bem cedo, de manhã. A atendente afirmou que eu deveria pagar a taxa de urgência de aproximadamente R$ 24,00 se quisesse ligar em até 4 horas. Aceitei! O incrível aconteceu... Às 22 horas do mesmo dia ainda não haviam ligado e precisei "descer das tamancas" para conseguir a religação. O interessante foi que os R$ 24,00 foram cobrados. Quantas vezes a palavra "urgência" é mal utilizada? Quantas e quantas vezes afirmam que será executado um serviço em regime de urgência e acabam demorando mais do que deveriam?
Escrevo sobre este assunto porque percebo que em Caxias do Sul a situação esta cada vez pior. Já não olham o cliente como tal. E a história de que o cliente sempre tem razão não existe. Os responsáveis pelo atendimento já não se importam se o serviço demorou, e as leis que obrigam a atender em 15 ou 20 minutos não cumprem o seu papel. Está na hora de mudar esta realidade antes que se comece a perder a cabeça... Esta é uma ameaça. E, se você é responsável pelo atendimento ineficaz, sinta-se ameaçado!

GATO TEM MEDO DE ÁGUA FRIA?

A partir do dia 21 de janeiro próximo, as concessionárias de pedágio do Rio Grande do Sul estarão obrigadas a atender a nova legislação, aprovada recentemente, de autoria da deputada caxiense Marisa Formolo, que obriga a instalação de sensores eletrônicos que permitirão uma fiscalização mais eficaz por parte do Estado, como também por parte dos usuários, os principais interessados. Os equipamentos deverão registrar a quantidade de veículos que passam pelas cancelas e o valor que entra no caixa. A população terá acesso a todas as informações, que deverão ser fornecidas pelos guichês de cobrança nas praças, bem como pela internet. Estamos ansiosos, aguardando a concretização das determinações da lei. Quando o assunto é DAER e AGERGS, precisamos ser prudentes. “Gato escaldado tem medo de água fria.” Esperamos que a governadora tenha coragem de implementar medidas verdadeiramente necessárias para abrir a caixa-preta da maldição, que é o modelo vergonhosamente explorador de pedágio gaúcho.Enquanto isso... A estrada federal que nos é mais próxima, a BR-116, por onde passam milhares de caxienses todos os dias levando a nossa produção, mais parece uma “roleta-russa”. Imaginem o que está acontecendo. O que é ruim está ficando pior e é conseqüência do descaso de nossos governantes com a vida. O governo licitou e, imitando Pilatos, lavou as mãos, abandonando à própria sorte os usuários da, sem dúvida, mais castigada rodovia do país, a BR-116, principalmente entre Curitiba e São Paulo. As ações paliativas promovidas nos quilômetros mais críticos desta estrada não a tornaram trafegável. Não podemos esquecer que a OHL, concessionária de rodovias federais, só assumirá em fevereiro, e ainda terá seis meses para executar as obras, que são mais do que necessárias. Os usuários que costumam trafegar pela rodovia confirmam: depois que a privatização foi acertada, o pouco que se fazia em termos de consertos e remendos acabou. Ninguém arrumou mais nada. O risco maior não é estourarmos pneus, quebrarmos veículos, mas sim perder a vida por conta da negligência oficial. As férias apenas começaram, e as estatísticas de acidentes estão deixando atônitos a maioria dos brasileiros. O mau tempo aguardado pelos usuários é com relação ao malfazejo desequilíbrio econômico-financeiro das concessionárias de pedágio gaúchas. O estudo “mutilado”, realizado pela AGERGS de Villela e de Saldanha, adotado pelo DAER do Míssio e de Paiva e pelo Estado de Britto e de Yeda, afirma que sim. Entretanto, a CPI aponta um exagero nos preços de 40% a mais do que deveriam estar. Nós usuários sentimos no bolso que algo está muito errado... Temos certeza de que a luta vai continuar mais acirrada do que esteve até hoje. A resposta para o título é “sim”, principalmente os que se escaldaram em água quente!